A estudante Ana Benevides morreu após passar mal durante o show da cantora Taylor Swift, por conta do forte calor na cidade. Ela tinha 23 anos e cursava Psicologia da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), no Mato Grosso. Um  amigo da vítima relatou que ela passou no início da apresentação, no momento em que a primeira música era executada no palco.

Nas redes sociais, diversas pessoas que estavam no local reclamaram da proibição da entrada no local do show sem garrafas d'água, por conta de restrições impostas pela segurança no local. O Brasil enfrenta uma forte onda de calor.

Nas redes sociais, diversas pessoas que estavam no local reclamaram da proibição da entrada no local do show sem garrafas d'água, por conta de restrições impostas pela segurança no local. O Brasil enfrenta uma forte onda de calor.

No Rio de Janeiro, onde o caso ocorreu, a estação meteorológica do Sistema Alerta Rio, da prefeitura do Rio, registrou em Guaratiba, na Zona Oeste, a maior sensação térmica desde 2014, quando foi iniciada a marcação. No local, a sensação de calor chegou aos 59,3 graus, às

10h20, desta sexta-feira.

Existem 27 maneiras diferentes pelas quais o corpo humano sucumbe ao superaquecimento, que vão desde insuficiência renal até envenenamento do sangue quando o revestimento do intestino se desintegra. Todas podem resultar em morte em poucas horas, afirmou Camilo Mora, professor associado do departamento de geografia da Universidade do Havaí em Manoa, em entrevista à revista Time.

A temperatura corpórea considerada normal

varia entre 36° C e 37,2° C. Quando a temperatura do ambiente é igual ou superior à

interna, a única forma de evitar o superaquecimento do organismo é pelo suor. Os capilares, minúsculos vasos sanguíneos próximos à pele, se expandem na tentativa de eliminar o calor. Mas quando a umidade do ar é alta, a transpiração acaba se tornando menos eficaz porque o ar já está saturado de "água".

Como resultado, o corpo não esfria e a temperatura aumenta, desencadeando uma série de protocolos de emergência para proteger as funções vitais.

Por outro lado, o suor excessivo pode levar à desidratação. Quando o corpo superaquece e fica desidratado, o sangue engrossa. Isso faz com que o coração precise usar mais força para bombear o sangue pelo corpo. Ele e outros órgãos podem ser seriamente danificados. Para cada aumento de 0,5°C na temperatura do corpo, a frequência cardíaca de uma pessoa normal aumenta 10 batimentos por minuto, segundo informações da revista Time, resultando em pulso acelerado e sensação de tontura.

Se a condição não for tratada com sombra, repouso e reposição de eletrólitos, pode haver insolação. Os órgãos começam a "desligar". O coração, sobrecarregado, pode entrar em parada cardíaca.

Existe um termo científico internacional para medir a capacidade de resistência do corpo ao calor: é o "Índice de Bulbo Úmido -

Termômetro de Globo (IBUTG)" ("Wet Bulb

Globe Temperature" - WBGT em inglês), que

combina o cálculo do calor com o grau de umidade.

O "bulbo" é o depósito de mercúrio de um termômetro tradicional, envolto em um pano úmido, cuja evaporação serve para medir a temperatura úmida do ar. Já o "globo" é uma esfera oca pintada de preto que, presa a um termômetro, serve para medir a radiação térmica.

Especialistas calculam, em média, que um jovem perfeitamente saudável morrerá dentro de seis horas após a exposição a uma temperatura IBUTG de 35° C. Essa temperatura equivale a 35° C de calor seco e 100% de umidade, ou 46° C com 50% de umidade. 

Nesse ponto crítico, o suor, a principal ferramenta do corpo para baixar a temperatura central, não consegue evaporar da pele, o que eventualmente leva à insolação, ao colapso dos órgãos internos e à morte. Sem mais!


Por: Silvana Venâncio 

Fonte: o globo 


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