Três médicos foram assassinados na madrugada desta quinta-feira (5) na cidade do Rio de Janeiro. Uma quarta vítima do ataque a tiros ficou ferida e foi encaminhada ao hospital. Segundo a Polícia Militar, as vítimas estavam em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade, quando homens em um carro pararam no local e dispararam contra as vítimas.

Os quatro profissionais atuam fora do Rio de Janeiro e estavam na cidade para participar de um congresso internacional de cirurgia minimamente invasiva de tornozelo e pé.

A Polícia Civil identificou os médicos mortos como

Marcos de Andrade Corsato, Diego Ralf de Souza Bomfim e Perseu Ribeiro Almeida.

Diego Bomfim é irmão da deputada Sâmia Bomfim

(PSOL-SP) e cunhado do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) divulgou uma nota, em nome dos companheiros de Câmara Federal Sâmia e Glauber, na qual exige a

"imediata e profunda investigação para descobrir as motivações" dos assassinatos. Na nota, eles exigem a identificação e prisão dos executores do triplo homicídio.

Diego estava com outros três médicos em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade do Rio, quando homens armados desceram de um carro e atiraram contra o grupo. Ainda na nota, Fernanda Melchionna diz que Sâmia "está devastada nesse momento terrível de perda e dor, assim como seu companheiro Glauber, que a acompanha nesse momento'.

Corsato, médico do Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Universidade de São Paulo (USP), e Bomfim são registrados no Conselho de Medicina de São

Paulo. Já Almeida é registrado no conselho baiano.

A vítima ferida no ataque, o ortopedista Daniel

Sonnewend Proença, foi encaminhada ao Hospital

Municipal Lourenço Jorge, no mesmo bairro. A Secretaria Municipal de Saúde informou que seu estado de saúde é estável.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios. Segundo a Polícia Civil, a perícia foi realizada no local, testemunhas são ouvidas e imagens de câmeras de segurança estão sendo analisadas.

Ainda de acordo com a polícia, as investigações estão em andamento para apurar a autoria e a motivação do crime.

Por meio de nota, o Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da USP informou que "recebeu com consternação a notícia do falecimento de Marcos de Andrade Corsato, médico assistente dedicado e atuante do grupo de Tornozelo e Pé da instituição, bem como dos ex-residentes Diego Ralf Bomfim e Perseu Ribeiro Almeida. O IOT-HCFMUSP

estende as condolências aos familiares e amigos".


Perfil das vítimas

Marcio Corsato, de 62 anos, foi professor de ortopedia dos outros dois médicos assassinados. Ele se formou em medicina pelo Hospital das Clínicas em São Paulo em

1984. Atualmente atuava como diretor no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do próprio Hospital das Clínicas (HC) e também pertencia ao corpo clínico do Hospital Sírio Libanês, em SP.

Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, se formou na Universidade do Oeste Paulista e se especializou em em traumatologia, em cirurgia do pé e tornozelo.

Perseu Almeida, de 33 anos, era natural da Bahia e se formou no Instituto Mantenedor de Ensino Superior da Bahia em 2017. O médico se especializou em cirurgia do pé e tornozelo pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Daniel Proença, de 33 anos, foi o único sobrevivente do ataque. Ele se especializou em cirurgia do tornozelo e do pé depois de se formar na Faculdade de Medicina de Marília em 2016.

Investigações

Os crimes estão sendo investigados pela Delegacia de Homicídios (DH) da Polícia Civil fluminense. A Polícia Civil de São Paulo e a Polícia Federal (PF) também auxiliarão nas investigações.

O procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Luciano

Mattos, determinou, ao Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Investigação Penal, que um promotor de Justiça acompanhe as investigações conduzidas pela Polícia Civil.

O governador Cláudio Castro informou serão utilizados

"todos os recursos necessários" para descobrir a autoria do crime: "Determinei ao secretário de Polícia Civil que empregue todos os recursos necessários para chegar à autoria do crime bárbaro que tirou a vida de três médicos e feriu outro na Barra da Tijuca. Minha solidariedade aos familiares das vítimas. Entrei em contato com o ministro da Justiça, Flavio Dino, que colocou a Polícia Federal à disposição das investigações. Vamos unir forças para chegar à motivação e aos autores. Esse crime não ficará impune."

Repercussão

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, também se manifestou por suas redes sociais, dizendo que recebeu a notícia da execução dos médicos "com grande tristeza e indignação". "Recebi com grande tristeza e indignação a notícia da execução de Diego Ralf

Bomfim, Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida na orla da Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta-feira. As vítimas estavam na cidade para um Congresso Internacional de Ortopedia.

Minha solidariedade aos familiares dos médicos e a deputada Sâmia Bomfim e ao deputado Glauber Braga", declarou.

Já o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), correligionário de Sâmia Bomfim, e o senador Randolfe

Rodrigues (Rede-AP) também classificaram os assassinatos como crimes brutais e, em suas redes, manifestaram solidariedade a Sâmia.

O Conselho Regional de Medicina de São Paulo

(Cremesp) divulgou uma nota em que lamenta os assassinatos dos três médicos. "O Cremesp lamenta profundamente o ocorrido e espera que a Justica seja feita. Atos de crueldade e violência como os praticados contra esses médicos são inaceitáveis e não podem ficar impunes. O Conselho também encaminhará ofícios na presente data ao Ministério da Justiça e à Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro cobrando rigor nas investigações, visando acelerar a apuração do ocorrido", diz a nota.

A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia

(SBOT) também divulgou uma nota em que manifesta

"repúdio e pesar". "A SBOT ressalta a sua preocupação diante de mais um caso de violência no país". Sem mais!


Por: Silvana Venâncio 

Fonte: Agência Brasil

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