O começo do inverno, que chegou na última quarta-feira, ainda deve abrandar ainda mais antes do frio vir com força. O final de semana no Sudeste — especialmente entre São Paulo, Sul de Minas e Rio de Janeiro — terá tardes agradáveis e noites mais amenas do que as dos últimos dias, informou a Fabiene Casamento, meteorologista do Climatempo. De acordo com a especialista, o frio na região deve voltar ao patamar dos últimos dias na virada do mês e será mais rigoroso apenas em meados de julho.

— A sensação térmica vai ser mais agradável, ótimo para passeios no parque — diz Casamento.

Já no Nordeste, uma infiltração marítima segue contribuindo para o aumento das instabilidades sobre o leste da região. Com isso, o tempo segue abafado no final de semana no litoral, mas com condições de chuva a qualquer momento, em regiões como Recife, Maceió, João Pessoa e Natal.

Já na região Sul, há previsão de pancadas de chuvas para os próximos dias no Rio Grande do Sul. Mas sem a intensidade das tempestades da semana passada, quando o volume ultrapassou 200mm em algumas localidades.

— Vão ter acumulados elevados, mas não tão elevados, do fim de semana até terça-feira — explica.

O inverno deste ano será marcado pela presença do El Niño, fenômeno de aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico e que altera a circulação da atmosfera. Segundo a meteorologista Estael Sias, da MetSul Meteorologia, o ciclone registrado nos últimos dias 15 e 16, que deixou 16 mortos e mais de 2 milhões de pessoas afetadas no Rio Grande do Sul, foi uma amostra do que a região Sul pode esperar para os próximos meses.

A atmosfera hiperativa, afirma, deverá favorecer a ocorrência de eventos extremos, na medida em que o El Niño se intensifica.

Na avaliação de Estael, o período mais crítico deverá ocorrer entre agosto e setembro, mais perto da primavera, quando poderão ocorrer mudanças radicais de temperatura, de calor para frio, e maior frequência de temporais de granizo e vendavais. Os fortes temporais poderão ser acompanhados de eventos de ciclone e causar cheias de rios e inundações. Ela lembra que agosto e setembro, independentemente do El Niño, costumam registrar maior frequência de fenômenos severos no estado, como chuva, vento, granizo e ciclones. Com o aquecimento das águas do Pacífico, o cenário piora.

"O planeta adentra fase de aquecimento sem precedentes na era observacional com múltiplas ondas de calor marinhas recordes e cobertura de gelo marinho em níveis baixos recordes na Antártida. A superposição de El Niño com outros extremos de aquecimento oceânico esquentará demais o planeta e o clima vai estar muito propício a extremos", escreveu a meteorologista em artigo divulgado nesta quarta-feira pela MetSul. Sem mais!


Por: Silvana Venâncio 


Fonte: o globo 

Deixe seu Comentário