Nos últimos dois anos, pelo menos 1222 pessoas foram picadas por escorpiões no estado do Rio de Janeiro, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Na lista, as cidades que apresentam respectivamente o maior número de acidentes registrados são: Três Rios, São Francisco de Itabapoana e Resende. Somente no ano passado, 630 pessoas foram picadas por escorpiões no estado. No início deste mês, seis indivíduos da espécie foram encontrados em Araruama, na Região dos Lagos.

A maioria dos escorpiões é capaz de causar apenas dor e um processo inflamatório local com suas picadas. No entanto, existem algumas espécies com veneno tóxico ao ser humano, e essas são capazes de causar acidentes graves, podendo até levar à morte. É o caso do Tityus serrulatus, também conhecido como escorpião amarelo. Desde 2000 há registro do crescimento dessa espécie no estado do Rio de Janeiro, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

De acordo Rosany Bochner, doutora em Saúde Pública pela Fiocruz, o fato da população desse escorpião ser formada apenas por fêmeas, explica a sua expansão. Isso porque a reprodução do escorpião amarelo se dá por partenogênese, ou seja, quando a procriação independe da fecundação do macho.

O biólogo e pesquisador do Instituto Vital Brazil, Claudio Maurício Vieira de Souza, ressalta que as populações vulneráveis estão mais expostas a acidentes com animais peçonhentos, especialmente as que vivem no interior. Apesar do aumento recente, o aparecimento de escorpiões perigosos ocorre ao longo de todo o ano e de acordo com o especialista, a melhor maneira de impedir a presença desses animais é evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção nas proximidades das residências.


— As espécies mais perigosas de escorpiões são muito oportunistas, o que faz com que possam aparecer em praticamente qualquer lugar. Eliminar ou bloquear os pontos de acesso e verificar os materiais que trazemos para dentro das nossas residências são as melhores medidas para impedir encontros indesejados com escorpiões — aconselha Cláudio.

O biólogo reforça ainda que, em caso de acidente, devem ser evitados quaisquer tratamentos caseiros. O correto é procurar socorro médico o mais rápido possível e lavar o local da picada com água e sabão. No estado do Rio, existem 10 locais de atendimento onde há disponível o soro escorpiônico. A lista pode ser encontrada na página do Instituto Vital Brazil. Sem mais!


Por: Silvana Venâncio 


Fonte: o globo 

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