Um surto de pneumonia e bronquiolite infantil em

Campos tem mobilizado a área da Saúde para melhorar o atendimento à população e evitar danos maiores. Na última segunda-feira (08), o prefeito Wladimir Garotinho chegou a anunciar a abertura de oito novos leitos de UTI no Hospital Ferreira Machado, devido ao aumento de Síndrome Respiratória Aguda no último mês. No mesmo dia do anúncio do prefeito, familiares da menina

Giovanna Gusmão, de 4 anos, fizeram uma manifestação em frente à Clínica da Criança, em Guarus, para pedir justiça pela morte da criança, que estava com pneumonia.

Profissionais de saúde alertam para os cuidados que devem tomar, principalmente nesta época do ano, para evitar as doenças respiratórias.

Segundo a Prefeitura, o aumento de Síndrome

Respiratória Aguda, entre as quais estão a pneumonia e bronquiolite, ocasionou a superlotação nas unidades da Rede de Urgência e Emergência, inclusive havendo uma necessidade de um período mais longo de internação principalmente de crianças.

"Na Clínica da Criança, em Guarus, 90% dos 8.949 atendimentos pediátricos realizados no período de 1° de abril a 07 de maio deste ano foram referentes às síndromes respiratórias. Já o Pronto Socorro Pediátrico do Hospital Plantadores de Cana (HPC) atendeu 3.586 crianças com idade entre O a 11 anos, 11 meses e 29 dias.

Deste total, 90% dos atendimentos também estiveram relacionados às infecções respiratórias", informou.

Protesto - A família de Giovanna alega que houve negligência nos primeiros atendimentos da criança, que passou por uma "via-crúcis" Segundo a família, quando ela deu entrada na terça-feira (2), no Ferreira Machado, foi constatado que ela estava em estado grave de pneumonia. A menina chegou a passar por uma cirurgia para retirada de água dos dois pulmões, mas não resistiu.

Antes de ir para o HFM, Giovanna foi atendida na Clínica da Criança e no Hospital Geral de Guarus (HGG).

- O primeiro atendimento foi no dia 29 de abril, na parte da manhã. Ela foi medicada e mandada para casa. Voltou à tarde, e mais uma vez foi mandada de volta para casa. O mesmo ocorreu no domingo (30) de manhã. No domingo à tarde, minha irmã bateu na tecla que tinha que dar um jeito, porque os medicamentos não estavam resolvendo

- contou o tio da menina, Alex Gusmão.

A decisão da avó de não deixar a criança voltar para casa mais uma vez, já que não apresentava melhora, levou a criança a ficar internada e foi levada para o HGG, onde uma tomografia constatou uma peguna mancha no pulmão que só foi evoluindo. O tio contou, ainda, que quando a menina chegou no HFM, a infecção já tinha atingido os dois pulmões e que a transferência para o

Ferreira só foi possível através de contatos políticos.

Sobre o caso de Giovanna, a Prefeitura informou que na Clínica da Criança, no dia 29, a menina foi medicada e liberada após melhora do quadro. No mesmo dia, ela retornou com novas queixas e também foi medicada para o quadro e liberada após melhora. No dia seguinte, a menina teve que ser internada, após a família relatar piora no quadro. Na ocasião, um raio-x do tórax constatou a pneumonia, sendo realizado antibiótico venoso e outras medicações, ocasião em foi inserida no Sistema de Regulação para transferência para unidade de referência.

Ainda de acordo com nota da Prefeitura, no dia 1° de maio, Giovanna passou por nova bateria de exames, inclusive uma tomografia no HGG que identificou a evolução da pneumonia e presença de pequeno derrame pleural. Na ocasião, a criança retornou à Clínica da Criança onde foi feita a troca de antibióticos e permaneceu aguardando a transferência para internação hospitalar.

A paciente foi referenciada para o HFM devido a quadro de pneumonia comunitária. "Exames colhidos no hospital

confirmaram a presença de bactéria multirresistente, onde a gravidade se mostra superior às bactérias usuais e assim, mesmo com atendimento especializado em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica e com todos os esforços de equipe multidisciplinar, o desfecho não foi o desejado", informou a nota.

A Prefeitura se solidarizou com a morte e se colocou à disposição para qualquer esclarecimento.


Novos leitos serão abertos no Hospital Ferreira Machado.

O prefeito de Campos, Wladimir Garotinho, divulgou um vídeo em suas redes sociais, na segunda-feira (8), para informar que abrirá mais oito leitos na UTI pediátricos do HFM, devido ao surto de pneumonia e bronquiolite aguda infantil. De acordo com a Secretaria de Saúde, os leitos serão abertos nesta quarta-feira (10). 

- Estou gravando esse vídeo para tranquilizar as mamães de Campos. Estamos tendo um surto de pneumonia e bronquiolite aguda em muitas crianças da nossa cidade. Infelizmente todos os leitos da rede privada e pública estão lotados, mas estamos tomando todas as providências para estar abrindo até quinta oito leitos no HFM - disse Wladimir.

O secretário de Saúde, Paulo Hirano, falou sobre o aumento de casos nas últimas semanas. "Temos recebido crianças com quadros graves e, para que a gente possa ter mais segurança em atender essa demanda explosiva, abriremos novos leitos no HFM. Estamos atentos e avançando para garantir à população a assistência necessária.

O presidente da Fundação Municipal de Saúde, Arthur

Borges, informou que alguns desses casos têm evoluído rapidamente para pneumonias graves. "Essa época do ano favorece uma maior incidência para a doença, havendo necessidade de um período mais longo de internação que, em média, tem levado até sete dias", explicou. 

O infectologista Nélio Artiles alertou para os cuidados que devem ser tomados para evitar as doenças respiratórias. O médico ressaltou a vacinação como fundamental medida preventiva.

-É muito importante que a criança, assim como o idoso, se hidrate mais nessa época do ano, se alimente corretamente, faça atividades físicas, de esporte ou caminhadas no caso dos idosos, para que possa haver uma adequação do organismo a esse tipo de momento.

Pessoas que já tenham algum tipo de tratamento, que tenham doença crônica respiratória, precisam claro tomar um cuidado maior - disse ao acrescentar que:

"Tanto crianças quanto adultos, principalmente idosos, devem estar em dia com seu calendário vacinal a fim de proteger, de fazer uma precaução maior, contra essas doenças".

Nélio destacou que esta época do ano é propensa para doenças respiratórias. "Toda vez nessa época aumenta a chance de infecções respiratórias. Concomitante a isso, nós temos a questão da proximidade das pessoas porque como começa haver uma redução da temperatura, a gente começa a perceber também as pessoas ficarem mais em ambientes fechados, sem ventilação. E isso acaba também facilitando essa perspectiva de transmissão maior dessas viroses respiratórias", disse. Sem mais! 


Por: Silvana Venâncio 


Fonte: o globo 

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