Das 260 vagas disponíveis para o estado do Rio de Janeiro, no 28° ciclo do Programa Mais Médicos, cinco são para as regiões Norte e Noroeste. No edital publicado no Diário Oficial da União sobre a adesão do programa, São Fidélis ficou com três vagas; Bom Jesus do Itabapoana, uma vaga e Itaocara, com uma vaga.


O Ministério da Saúde informou que a escolha desses municípios, que solicitaram as vagas, foi realizada com base em critérios de vulnerabilidade social, como a extrema pobreza; locais de difícil provimento de vagas e regiões com alto quantitativo de moradores que dependem dos serviços do SUS para ter acesso à saúde.

Ao todo, pelo menos 47% das vagas foram destinadas às regiões que enfrentam estes desafios.


Cidades como Campos, Macaé e Itaperuna ficaram de fora dessa rodada, segundo o MS. De acordo com o órgão, um novo ciclo contendo um novo edital deve ser publicado no segundo semestre deste ano. Nesse caso, outras cidades do estado devem ser contempladas. Ainda de acordo com o MS, esse novo ciclo previsto será publicado com 10 mil vagas oferecidas em formato que prevê a contrapartida dos gestores municipais. Essa forma de contratação garante às prefeituras menor custo, maior agilidade na reposição do profissional e permanência nessas localidades.

A partir da divulgação das cidades que participarão do

Mais Médicos, como São Fidélis, Bom Jesus e Itacara, a próxima fase será de um edital de inscrição para os médicos. Poderão participar dos editais profissionais brasileiros e intercambistas, brasileiros formados no exterior ou estrangeiros, que continuarão atuando com Registro do Ministério da Saúde (RMS). Os médicos brasileiros formados no Brasil continuam a ter preferência na seleção.

Para atrair esses profissionais, o Ministério da Saúde informou que tem oferecido oportunidades de especialização e mestrado; benefícios proporcionais ao valor mensal da bolsa, para atuarem nas periferias e regiões mais remotas; e direito a compensação do valor pago pelo INSS para alcançar o valor da bolsa durante os seis meses de licença maternidade, no caso das médicas que se tornarem mães. Os médicos que se tornarem pais também terão direito a licença com manutenção de 20 dias.

Segundo o médico e especialista em saúde pública, Marcelo Paiva, o país sofre com a falta histórica de formação de médicos desde a metade do século XX, devido à falta de escolas de medicina já que o Brasil não era uma grande economia. Para ele, o país ainda tem a baixa formação, que traz a necessidade de programas como o Mais Médicos, já que temos uma grande população e médicos que vivem concentrados em grandes centros porque a medicina cria o status de sucesso financeiro.

"O país necessita desse programa, porque a gente precisa da interiorização da saúde. Com o programa, eu sou favorável à vinda de médicos de fora, inclusive de Cuba, já que o país tem uma boa formação em medicina. Lá, ainda na faculdade, o ensino é voltado para atenção primária.

Nós temos uma boa medicina, mas a nossa formação não está boa. Quanto mais os gestores oferecerem dignidade aos profissionais, mais eles conseguem fixar as pessoas. E preciso que isso seja feito em conjunto entre o governo federal, estado e município.Assim, quem ganha é a população que necessita exclusivamente do SUS", explicou o especialista. Sem mais!


Por: Silvana Venâncio 


Fonte: folha 1

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