O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome vai bloquear, nesta quarta-feira, 1,2 milhão de benefícios do Bolsa Família, cadastrados como famílias unipessoais. Além disso, 125 mil cadastros serão cancelados, pois são famílias que não apresentavam mais perfil para receber o benefício ou deixaram de sacar há mais de seis meses.

Quem teve o benefício bloqueado vai receber uma mensagem no celular, ou poderá ver essa informação no aplicativo ou no extrato bancário. Essas pessoas terão 60 dias para regularizar a situação, se for o caso.

O governo está fazendo uma revisão num total de 6 milhões de cadastros de pessoas que entraram durante o período eleitoral, entre maio e outubro, sobre os quais há indícios de irregularidades. A estimativa é que 4 milhões podem não se encaixar nos critérios, disse o ministro da pasta, Wellington Dias.


No início do ano, 1,5 milhão de pessoas com renda superior ao exigido pelo programa tiveram o benefício cancelado por renda incompatível com o programa. Nesse total, por exemplo, técnicos da pasta identificaram 7 mil pessoas com renda superior a R$ 6.500 mensais recebendo o benefício. Para ser habilitada a família deve ter renda de até R$ 218 por pessoa.

Tanto os bloqueios feitos agora, quanto os cancelamentos já realizados estão nesse universo de 6 milhões de cadastros feitos durante o período eleitoral.

— Existem vários processos que comprovaram o uso eleitoreiro do Auxílio Brasil (nome do programa até este ano). Ainda assim, a gente está bastante cuidadoso — afirma o ministro.


Famílias ‘unipessoais’

A maior parte das possíveis irregularidades investigadas está nas famílias unipessoais, que somam 5,5 milhões dos 6 milhões de cadastros. São aquelas formadas por apenas um membro. O que, para o governo, representa indícios de fragmentação artifical de famílias para que uma mesma casa receba mais que o piso de R$ 600.

— Na primeira leva, encontramos pessoas com renda elevada. Agora, qual situação encontramos? Uma família em que o marido se inscreveu, a esposa se inscreveu, o filho se inscreveu. Ou, seja, três pessoas da mesma família inscritas como se fossem três famílias. O Bolsa Família tem um foco na família, o que se deseja é que se garanta a condução de uma renda que possa trazer um padrão de renda para suprir consumo. 


A atuação é para verificar quem de fato mora sozinho mesmo e quem mora com a família. Segundo o ministro, quem mora sozinho mesmo, pode e deve se manter como unipessoal. Quem mora com a família, vai precisar estar no cadastro da família, salienta.

O ministro afirma que beneficiários que entraram no programa no período eleitoral precisarão atualizar informações para ter o restabelecimento do benefício. Caso o beneficiário preencha os requisitos do programa, após atualização cadastral, o benefício é restabelecido e será feito o pagamento dos meses em que ficaram bloqueados, ou seja, de forma retroativa.


— A gente está fazendo com bastante cuidado. A pessoa tem o direito de se apresentar. E muitas delas vão continuar recebendo, apenas o valor adequado para a família dela. O que a gente está trabalhando é um cuidado para evitar injustiças. Sem mais!


Por: Silvana Venâncio 


Fonte: o globo 


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