Segunda doença mais letal no mundo, a tuberculose voltou a crescer no Brasil em 2022.

Foram cerca de 78 mil casos, aumento de 4,9% em comparação a 2021. Em média 14 brasileiros morrem por dia com a doença, que registrou recorde de mortes no país em 2021:5 mil óbitos. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira, no novo boletim epidemiológico da doença.

Até 2018, a cobertura vacinal do imunizante que previne contra a tuberculose, a BCG, tinha cobertura vacinal acima de 95%. Após 2019, o índice caiu para menos de 88%. A vacina é aplicada logo após o nascimento e protege contra formas graves da doença.

Em nova campanha contra a transmissão, o governo federal tenta eliminar a tuberculose, a hanseníase e o HIV/AIDS como problemas de saúde pública no país até 2030. A meta é alcançar menos de 10 casos por 100 mil habitantes até 2035, e reduzir o número de mortes em 95%.

- Não é admissível que no século XXI pessoas

percam a vida por uma doença que tem prevenção, tratamento e cura. Firmamos com India e Indonésia que a tuberculose será uma das prioridades do G20 - afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, no lançamento da Campanha Nacional de Combate à Tuberculose.

A Saúde deve trabalhar para aumentar a cobertura vacinal para BCG, ampliar acesso ao diagnóstico e ações de prevenção, ampliar a testagem anti-HIV de 80% para 90% e ampliar a rede de testagem molecular.

De acordo com a pasta, os principais afetados pela doença são pessoas em situação de rua, pessoas privadas de liberdade, pessoas com HIV/Aids, imigrantes e comunidades indígenas.

Quase metade (48%) das famílias afetadas por tuberculose no país tem gastos com a doença acima de 20% da renda.


O cenário da doença foi agravado também pela pandemia de Covid-19, que, segundo o ministério, "provocou a redução de notificações". O governo afirma que irá disponibilizar, em março, um novo teste de urina para o diagnóstico da tuberculose em pessoas com HIV.


A doença volta a aumentar no país após dois anos de relativa queda: de 79 mil em 2019, o ministério registrou, em 2020 e 2021, 70,5 mil e 74,3 mil respectivamente. Nos dez anos anteriores, o índice de tuberculose registrava estabilidade.

A maioria dos casos é encontrada nas capitais de Manaus, Belém, Rio Branco, Recife e Rio de Janeiro.

- O foco da campanha serão as pessoas negligenciadas - destacou Trindade.

Febre, emagrecimento e tosse por mais de três semanas são os principais sintomas da tuberculose. Os testes para diagnóstico são oferecidos no SUS, e se tratada no início por no mínimo seis meses, a doença tem cura. Já os casos graves com os sintomas típicos de pneumonia, tosse com sangue e perda de peso, podem levar meses para uma cura, quando não resultam em óbito. Sem mais!


Por: Silvana Venâncio 


Fonte: o globo 


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