Há 119 anos atrás, era fundada a Federação Internacional de Futebol (Fifa) e foi realizada a terceira edição dos Jogos Olímpicos. Já, no Brasil, o Congresso Nacional aprovava a Lei da Vacina

Obrigatória contra a Varíola, entre muitos outros acontecimentos. Enquanto isso, em Cachoeirinha do Rio Pardo - hoje, Irupi, na região do Caparaó Capixaba, nascia Maria

Miranda de Assis que completou 119 anos de vida, no último dia 17 de fevereiro.

Com certeza, quando nasceu e durante sua vida, Dona Maria não deve ter dado conta de todos esses acontecimentos e nem

acreditava que chegaria a uma idade tão avançada. Hoje, morando em São José do Calçado, lembra de praticamente tudo que viveu, até agora, demonstrando a lucidez e a tranquilidade das almas que trazem só o que há de simples e bom da vida.

Ela nasceu 16 anos após a abolição da escravatura, mas viveu as consequências disso, numa realidade em que a visão preconceituosa da sociedade era ainda maior do que a existente nos dias atuais, 135

    anos depois do fim da servidão. Neta de uma indígena da tribo Puri que foi capturada na mata por um fazendeiro, Dona

Maria Miranda nasceu da união de

Francisco Tomaz de Assis e Antônia Pereira

de Azevedo que tiveram outros 15 filhos.

Irmãos que ela não sabe onde estão e nem se estão vivos.


Ela mora há mais de 60 anos na mesma casa em Calcado


E não é difícil de achá-la, porque o endereço é o mesmo há mais de 60 anos, no bairro do Motorista, em São José do Calçado, próximo ao Estádio do time que leva o mesmo nome do bairro. E a casa é branca, com janelas, portas e portão azuis, onde impera a simplicidade de quem vive em paz. Levando a vida como se o lugar ainda fosse do mesmo jeito do passado, quando chegou no local e nada era como hoje. "Em volta da casa, só tinha capoeira e o campo de futebol, mais nada", recorda.

Dona Maria Miranda coloca que a vida mudou pouco, mas o mundo bastante. "Era tudo mais tranquilo e não tinha tanta violência", afirma. Por isso, sente saudades de ter mais liberdade para ir e vir, quando

"não havia tantas drogas, só tinha bebida".

"E as pessoas eram mais unidas e calmas, mas hoje, qualquer coisa, as pessoas estão brigando, vivem angustiadas e em depressão, a alegria acabou", enfatiza.

Nas casas por onde passou, desde menina,

Dona Maria Miranda sempre trabalhou muito, tanto no ambiente doméstico como na roça. E como foi após o casamento?

"Depois que casei, o serviço dobrou, porque tinha que cuidar de tudo, casa, filhos e marido", rebate, entre risos. Sem mais!


Por: Silvana Venâncio 


Fonte: aqui notícias

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