Reitores dos institutos federais, Cefets, Colégio Pedro II e das universidades federais se reuniram, nesta quinta-feira (20), com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Educação, Camilo Santana, para tratar do rumo da educação no país. No encontro, Lula afirmou que o governo buscará oferecer uma educação de qualidade, alinhada ao "novo mundo do trabalho" e às necessidades da sociedade. Entre os representantes das instituições federais estava o reitor do Instituto Federal

Fluminense (IFF), Jefferson Manhães.

A -Última vez que aconteceu algo similar foi em abril de 2016, com a presidente Dilma. Nunca houve uma reunião do coletivo das reitoras e reitores com qualquer um dos quase dez ministros da Educação dos governos Temer e Bolsonaro e, naturalmente, nunca houve com os respectivos presidentes. Receber nos primeiros dias de governo os representantes das Instituições responsáveis pela formação de profissionais de alta qualificação e da maior parte da produção do conhecimento científico e tecnológico do país, além de ser um indicador de visão estratégica com relação ao desenvolvimento da Nação, é um sinal de respeito a essas instituições e comunidades acadêmicas, tão difamadas e desprestigiadas nesses últimos sete anos. Sinal de esperança. E poder representar a Rede Federal junto ao presidente Lula, além de ser uma honra, foi repleto de emoções - afirmou o reitor do Instituto Federal Fluminense, Jefferson Manhães.

 

O presidente Lula disse aos reitores que a reunião era o

"encontro da civilização". "Estamos começando um novo momento, sei do obscurantismo que se viveu nos últimos quatro anos, e eu quero dizer que estamos saindo das trevas para voltar à luminosidade de um novo tempo", disse, na abertura do encontro, no Palácio do Planalto.

Segundo Lula, o governo buscará oferecer uma educação de qualidade, alinhada ao "novo mundo do trabalho" e às necessidades da sociedade. "As universidades têm que participar junto com empresários, sindicatos, governo, para gente desvendar o que vai fazer para colocar as pessoas no mercado de trabalho", conclamou, citando a falta de qualificação de trabalhadores para ocupar funções que exigem conhecimento em tecnologia.

Para o presidente, a escolha dos cursos prioritários para o país também deve ser motivo de discussão. "O Brasil não pode ser o país do mundo que tenha mais universidades para formar advogado, precisamos formar outras pessoas. Precisamos investir mais em engenharia, em médicos. Na maioria das cidades desse país, temos carência de médicos. E preciso adotar a política de levar benefício para a pessoa que mora distante, se não ela vem para a cidade e vai ser mais uma pessoa pobre inflando a pobreza nas grandes metrópoles brasileiras, que custa muito mais caro que levar o benefício até ela", argumentou.

O presidente Lula defendeu a ampliação de programas como o ProUni e o Fies, para abrir as portas da universidade e criar oportunidades para a população mais pobre. "Deixa esse povo entrar para a gente ver

como vai ter um país altamente melhor do que tem hoje", disse.

Lula disse ainda que, durante todo seu mandato, a autonomia das universidades será garantida, com a nomeação dos reitores escolhidos pela comunidade acadêmica, e que fará reuniões anuais para alinhar os compromissos. "Vocês terão o direito de ser responsáveis, porque quem é eleito para ser reitor deve ter responsabilidade com o dinheiro, com a administração e com o zelo da universidade", disse.

O ministro Camilo Santana disse que o Ministério da Educação voltará a dialogar com todos os atores do setor e vai retomar a valorização e respeito pelo ensino superior no país. Entre os desafios, ele citou a ampliação da oferta de vagas, o combate à evasão escolar, a retomada de obras paradas e o reajuste de bolsas.

Segundo o ministro, o reajuste de bolsas da Capes já foi autorizado pelo presidente e deve ser anunciado até o final deste mês. Sem mais!!

 

Por: Silvana Venâncio

 

Fonte: folha 1

 

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