A Polícia Federal (PF) deflagrou a operação "Ulysses" nesta segunda-feira (16), em Campos, visando cumprir cinco mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária de investigados nos atos antidemocráticos pós 2° turno das eleições presidenciais, bem como dos atos ocorridos no dia 08 de janeiro deste ano. Um dos alvos de mandado de prisão é um bombeiro militar, que será conduzido ainda nesta segunda-feira para o Grupamento Especial Prisional (GEP) do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro

(CBMERJ). Segundo a PF, outros dois alvos ainda não foram localizados. Também foram apreendidos celulares, computadores e diversos documentos. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados pela PF.

A investigação iniciou com o fim de identificar lideranças locais que bloquearam as rodovias que transpassam o município de Campos, a organização das manifestações vistas em frente aos quartéis do Exército nesta cidade e, por último, a participação dos investigados e de outras lideranças na organização e financiamento dos atos que desencadearam a depredação dos prédios públicos e dos atentados contra as instituições democráticas ocorridas no dia 08 de janeiro.

"Durante a investigação, foi possível colher elementos de prova capazes de vincular os investigados na organização e liderança dos eventos. Além disso, com o cumprimento hoje dos mandados judiciais, expedidos pela 7a Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, será possível identificar eventuais outros participes/coautores na empreitada criminosa", informou a PF.

Em nota, o CBMERJ informou que acompanha de perto a operação da Polícia Federal e segue ao dispor das autoridades para colaborar nas investigações. "O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro repudia veementemente quaisquer atos que ameacem o Estado Democrático de Direito. Será instaurado, ainda hoje, um Inquérito Policial Militar para apurar a participação do bombeiro da corporação em ataques contra o patrimônio público e em associações criminosas visando à incitação contra os poderes institucionais estabelecidos, o que é inadmissível", afirmou o secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do CBMERJ, coronel Leandro Monteiro.

Nas redes sociais, um jovem que se identifica como Daniel Patriota chegou a postar um vídeo falando sobre a operação da PF. Segundo ele, os policiais cumpriram mandado de busca e apreensão em sua casa, mas ele diz que não saberia o motivo.

Os crimes investigados são os constantes no art. 288 (Associação Criminosa), 359-L (Abolição Violenta do

Estado Democrático de Direito) e 286, parágrafo único

(Incitação das Forças Armadas contra os poderes institucionais), todos do Código Penal.

Ainda segundo a PF, o nome da operação é uma referência em homenagem a Ulysses Guimarães, um dos principais opositores à ditadura militar. Sem mais!!

 

Por: Silvana Venâncio

 

Fonte: polícia federal 

  

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